MANIFESTO
A Liberdade Humana é fruto da condição de nascimento do Indivíduo .
Todavia, há que ter um certíssimo cuidado com os frutos. Há bons . . . Há maus . . . e há outros que . . . antes pelo contrário . . . têm o condão de poluir o ambiente .
Todos os Seres Humanos nascem livres e livres deverão continuar ( uns mais do que os outros devido a contingências naturais ), até que a sua passagem para outra dimensão se torne em verdadeira realidade ou que alguém os trame, como tem sido sempre hábito e costume. São os hábitos e os costumes que pervertem a sociedade. P . . . . . . . . Irra ! Já lá dizia Deucalião, sempre que sonhava com os seus adoráveis bisnetinhos .
Para que essa forma de Liberdade se torne em permanência, justo e devido é, que todo o Ser Humano faça de si próprio o elemento cultural necessário à sua constante revitalização, sem que para isso haja a mínima necessidade de tomar fortificantes ou outras coisas quejandas, com excepção, claro está, de um bom tintol da classe " carrascão ". Valha-me São Baco . . . que já meti o pé na argola . . .
O Belo é o resultado de uma constante melhoria do Feio, que ao destruir-se constantemente, porque necessário, se transforma em cinzas e delas renasce o Homem Novo, especialmente sem o esquizofrénico " Complexo de Édipo " ou outro idêntico, que o metamorfoseie. Chama-se aqui a atenção para o desuso de fortificantes ou tintas para o cabelo. O Homem deve ser como o Vinho do Porto : " Quanto mais velho, melhor ". Esta regra não se aplica nunca à Mulher, pois ela é como a Rosa : " Quanto mais viçosa e em botão, mais agradável se torna aos três principais sentidos : à vista, ao aroma e ao sabor, e portanto, melhor " .
A Juventude encontra-se na consciência de cada cidadão, pois é a Consciência a verdadeira Fonte da Juventude. Assim o dizia a Rainha de Sabá ou a Cláudia Cardinal . . . tanto faz . . . ou o fazia o Igmar Bergmann . . .
O Homem é a Verdadeira Pedra Filosofal ( sendo por vezes uma pedra dura de roer ), porque cultiva em si mesmo a sua própria consciência numa constante mutação assente na Pedra de Esmeralda, o que o leva a ficar verde sem querer em muitos casos, sem que para isso tenha necessidade de aderir a movimentos agro-pecuários caducos. Não nos esqueçamos que o Homem é um agricultor nato, pois passa a vida a cavar. Senão vejamos : Cava de casa, cava do trabalho, cava da policia, etc. . . . etc. . . . etc. . . . e até no fim cava da própria vida sem dizer " Bye Bye " a ninguém, nem mesmo à sua cara-metade, porque bastas vezes lhe sai tão cara .
Sob estes princípios, o Ser Humano tende a realizar-se em comunhão com outros Seres Humanos, sob uma mútua compreensão, sem ter necessidade de ir à Igreja ou a outro lugar de Culto para que o não chamem de " Papa Hóstias ", pois nada se compreende sem que a evolução seja completa. A Vida é como um dueto . . . a três . . . Eu, Tu e o Cão. Aliás, o Cão tem sempre uma palavra a ladrar, como sublime missão, que lhe foi conferida através da realização dos " Westerns " como intimo companheiro do Ser Humano . . . O Cão ladra e a Caravana passa . . . lá dizia o meu bisavô . . .
Se um dado elemento é um " Nómeno ", quando esse elemento depende da nossa apreciação denomina-se " Fenómeno ". Valha-nos são Crisóstomo . . . que agressividade . . . Aí, mais devagar . . .
Julgamos necessário, que todos os Seres Humanos, além de perfeitamente humanos, pois há muitos que o não são, e sem que remanesça margem para dúvidas quanto à sua natureza, sejam " Nómenos " e não " Fenómenos " resultantes da apreciação de cada um, salvo seja . . . " Ipso facto, exultatus est " .
É o regimento destes fundamentais princípios, que nos move à organização de um Grupo Desportivo, pois que, desportivamente, cada um dos Seres, que o venham a compor deverá pretender a sua independência completa, não se sujeitando a nenhum principio ( sem fim ), que possa ser cerceante da sua condição de Ser Livre, nem mesmo ao seu muito amado anjinho da guarda, que Deus colocou sobre a Terra para gáudio de uns quaisquer endiabrados mafarricos ( não confundir comigo, que sou mafrense e não mafarrico ) .
Pedimos, portanto, encarecidamente a todos os outros Seres Humanos que nos não compreendem e que, indevidamente possam ler este documento, porque não foram convidados . . . ( mas entendemos, que o fruto proibido é sempre o mais apetecido ), que nos deixem em paz e descanso com as nossas consciências individuais a fim de que, de comum acordo, possamos criar uma Consciência Universal capaz de “ dinami - ti - zar “ outras consciências individuais, levando-as a renascer num TODO UNIVERSAL e UNIVERSALISTA. Desculpem lá a bombástica . . . mas entendemos que deve ficar aqui bem expressa a influência da dinamite, que possa vir a ser utilizada por um qualquer carente de se afirmar tanto sobre a Humanidade como sobre este anteprojecto .
Poderá tudo isto parecer ilusório . . . mas não é ! . . . e até ilógico ou insípido, mas também não é ! . . . e quem estiver de acordo com estes princípios fundamentais, mas não fundamentalistas, como diria o santo Komeini, que arranje outros, pois vai tudo dar ao mesmo, porque consideramos que este manifesto terá cumprido a sua obrigação tal como ( e quando ) Bordalo Pinheiro criou o Zé Povinho ..
Estamos abertos a todo o tipo de censuras, mas não admitimos quaisquer reclamações, tanto pela falta de livro como da vontade de o ter .
A bem do pessoal
Viva a rambóia
MAIS UM
Lisboa, 1990
( Apresentado publicamente na TAP entre o pessoal, dando azo a grandes discussões e à criação do Grupo dos Trinta, que cerca de dois meses depois se desmembrou, por desnecessário, tendo cumprido os seus objectivos de chamada de atenção para os problemas dos trabalhadores )
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