Rude dureza do Saloio dimana
da agreste terra que o viu nascer
empobrecido p'lo vilão querer
do poderoso senhor que o engana
sem pejo, sem escrúpulo, com gana
vê-se obrigado à lavra p'ra viver
da terra que não dá para comer
ou se aquecer de Inverno na cabana
Mis'ro estado em que se transformou
sujeito ao foro a que é obrigado
p'la ingrata lei dos humanos que o rodeiam
dia a dia, sob o sol que o tisnou,
amarrado à enxada ou ao arado
colhe as agruras que outros semeiam Lisboa, 1988
Sem comentários:
Enviar um comentário