Passam carros nas ruas da cidade
Pousam pardais em bandos nos telhados
e as folhas das árvores . . . fealdade
. . . sobre os passeios tristes e molhados
Já as noites não parecem as d'outrora
Já há presos na ramona algemados
Gritam a fraco som tão triste hora
as prostitutas, ébrios e drogados
E entre arranha-céus as grandes vias
transparecem no progresso . . . gravidade . . .
No entanto, é o inverno em noites frias
Quanto não valem os campos à cidade
onde há flores e frescura nas espigas
e se respira amor . . . felicidade . . . Lisboa, 1971
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