Deixa-te de fantasias
Deixa-te de rancores
e frustrações
Deixa-te de arrelias
Deixa-te de queixumes
e de imaginações
do nada . . .
. . . de consciências vazias
Deixa-te de julgamentos
Deixa-te de vãos lamentos
pelas estradas
Deixa-te de problemas
de resoluções de esquemas
sem tirar coordenadas
Luta por ti e pelos outros
mas luta com a cabeça sobre os ombros
Nunca queiras cair sob os escombros
que os outros provocaram
apresentando à sociedade as duas faces
. . . e falharam . . .
. . . e falharam . . .
Luta ardentemente
p'la inexistência de classes
Luta até mais não
Luta pela vida de todos
e co'a razão
extingue toda a pobreza
Destrói ricos e poderosos
mas . . . Atenção . . .
só os que oprimem . . .
. . . os tenebrosos . . .
Não ponhas limites às tuas forças
Acaba com as demências
e os ociosos
Arranca as grades da prisão
Encontra para os libertos novos lares
. . . novos trabalhos . . .
e acaba com a solidão
Respira novos ares
Ajuda nos campos a lavoura
e nos mares os pescadores
e nas minas os mineiros
e na vida os lutadores
Faz com que se unam a ti os militares
Luta, já que és um proletário
que tem direito a viver do que produz
Faça-se em ti, finalmente, luz
mas . . . Atenção . . .
Trabalha e reconstrói
. . . o trabalho é vário . . . e dói . . .
Diz e sê o que quiseres
. . . mas operário
e enquanto permaneceres de pé
sobre este mundo
luta por ele
E por tudo isto que te digo
deve brotar de ti calor profundo
que leve por fim à igualdade
Sê HOMEM
Vive para sempre em liberdade
mesmo que para isso tenhas de morrer
para não seres
como muitos outros
um cobarde ! . . . Lisboa, 3 de Maio de 1974
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