SEJAM BEM VINDOS A ESTE BLOG

Nota Prévia :

Este Blog destina-se exclusivamente à divulgação de trabalhos escritos por mim para meu prazer e daqueles que eventualmente estivessem interessados na sua leitura.

Felizmente, foram muitos os que se me dirigiram a pedir que divulgasse alguns dos meus trabalhos, especialmente os que mais me marcaram ao longo da minha vida, daí ter feito uma escolha selectiva de entre todos eles, muitos ficando de fora, naturalmente .

Foi por esse motivo que surgiu este Blog .

Muitos desses trabalhos já haviam sido publicados em periódicos e revistas da especialidade e não só, muitos deles além fronteiras ( EUA e BRASIL ), e alguns chegaram mesmo a ser galardoados em Concursos de Contos e Poesias e diversos Jogos Florais .

À medida em que forem inseridos neste Blog, tentarei informar quais os já anteriormente publicados, onde e quando e se tiverem sido galardoados, quais os prémios que lhes foram atribuidos e quais as Organizações envolvidas .

Espero que a memória não me falhe e os meus apontamentos não estejam incompletos.

Ericeira, 20 de Janeiro de 2011

Carlos Jorge Ivo da Silva

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

EU


À volta de mim
vejo
ouço
sinto
tenho pena e durmo
À volta de mim
a falsa amizade
põe-me taciturno
Sofro !
Mas a nudez das minhas palavras
arrasta o meu coração
Penso no que sofreria
se soubesse a verdade
e chego à conclusão
que anda à volta de mim
a sombra de um DIABO ...
À volta de mim
quebra-se a melancolia dos pinheiros
Ouvem-se os sons agudos
dos choros de crianças
que nascem por entre as trevas da amargura
e aquele amor que tive de pequeno
desaparece agora
através da solidão da vida
como as pétalas através do vento
no desfolhar da rosa branca . . .
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . .
Sonhos ? ? ? . . .
correm-me pelo cérebro
mas ele vai parar
As trevas começam
e não penso mais porque não posso
Arrepia-se-me a carne
e os meus olhos esbugalhados pela morte
tornam-se baços e sem vida
A carne desfaz-se minuto a minuto
. . . Começo a desaparecer . . .
e um odor horripilante
atravessa as narinas de um desconhecido
. . . desse desconhecido
que não sabendo onde cair morto
anda à volta de mim
. . . . . . . . . . . . .
Somente tenho a minha alma
mas solta-se com um impulso de dor
. . . e o meu EU
corrompe-se com a falta de matéria
. . . . . . . . . . . . .
Já não sou
Já não existo
Mas um outro ALGUÉM
que tem o nome de DEUS
anda à volta de mim ...

Caldas da Rainha, 1965

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