Nunca saberei se fui vencido pelo destino
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Ouvi a minha voz
o meu som
a minha loucura
Senti-me entristecer rapidamente
Chamei por Schiller
por meus amores
Gritei à maneira de Cicero
Cantei como se fosse Virgílio
mas a minha Eneida
perdeu-se para sempre
entre os rumores do mar
Baladas entre as badaladas dos sinos de uma torre
Meditei em José Régio
. . . Queixumes que eu balbuciava
sem saber porquê . . .
Tu . . .
Só tu, Musa dos meus amores
não mais me digas
para seguir o teu CAMINHO
que nem o meu posso seguir
Formei-me em mim
Sonhei com barcos despedaçados nos rochedos
. . . e eu com eles . . .
Vi as ondas
ora meigas
ora ferozes e rugidoras
Quais leões que se enfurecem
ao chegar às grades intransponíveis das jaulas
Caía a noite
e o sol entre o oiro e o sangue
mergulhava mais além
entre o azul-avermelhado do mar
As nuvens escurecidas
desenhavam-se . . .
. . . e eu via
CAVALEIROS
MONSTROS
e
CASTELOS
Deixei-me nessa melancolia
nessa solidão inesperada
Olhei à minha volta
. . . Ninguém . . .
Fiquei só . . .
. . . adormecido
e pelo DESTINO me deixei guiar
já que a ele
me era impossível
. . . Qual barreira intransponível
que eu queria ultrapassar Lisboa, 1966
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