Bati as asas
" Cavei " por entre os muros da consciência
Revoltei-me contra o Mundo
ignóbil, triste, enevoado,
insensato, confuso, ingrato,
incoerente, cínico, indiferente
e --- porque não ? --- tresmalhado
Qual folha seca
que flutua entre os cachos da podridão
Eis quem sou
Quem quero ser
Quem devo ser
Sou uma ave que não tem poiso
Que não tem ninho
Que luta contra os elementos da Natureza
Qual alma viva que deixará de flutuar
mais tarde ou mais cedo
no meio da penumbra
Vós que me ouvis
Que lutais
Que caís
descansai que vos ajudarei a levantar
Agora ?
Nunca ?
Em parte incerta ?
Que incerteza me desperta . . .
Vão lamento
que se junta hora a hora
dentro do meu pensamento . . . Mafra, 1966
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