Como me sinto só, abandonado
Nesta cruz de martírio e paixão
Os que me ouvem, não sei se o dirão
Que quase sou um ser inanimado
Porque no espaço vejo transformado
O mundo que encerra esta razão
Que sem razão de ver, o coração
Mantém em si a Essência do passado
Piso de brando as pedras do Caminho
Num afagar de corpo inerte e frio
Como a palavra suja o pergaminho
Transformação perpetua em doce rio
Que nasce nas Alturas com carinho
Desaguando em turbilhão sem brio
Lisboa, 1994
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